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Habeas Corpus: tudo que você precisa saber

Você sabia que todo cidadão possui o direito de ir e vir? A proteção a esse direito é conhecida como habeas corpus. Saiba tudo sobre esse assunto no texto de hoje.

O que é habeas corpus?

O habeas corpus é um remédio constitucional que protege o direito de ir e vir do sujeito, quando este se encontra ameaçado por violência ou coação e abuso de autoridade.

Essa proteção possui como premissa o amparo ao direito à liberdade, uma das ações de maior relevância perante o judiciário.

O que são remédios constitucionais?

Como já falamos aqui no blog, os remédios constitucionais são instrumentos utilizados para provocar a intervenção das autoridades na tentativa de impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses individuais.

Ou seja, são ações de status e objeto superior, tendo prioridade na pauta dos tribunais, podendo gerar efeitos sistêmicos na sociedade.

Na prática, é o meio mais célere de se conseguir uma ordem perante a violência ou coação que se fundamente em ilegalidade ou abuso de poder.

Como funciona o habeas corpus?

Voltando ao habeas corpus, quando ocorre violência ou coação que se configure ilegal, ou abuso de poder, o habeas corpus é o meio judicialmente mais rápido de se conseguir uma ordem.

Isso porque, o habeas corpus, assim como os demais remédios constitucionais, é uma ação de status e objeto superior, ou seja, ele tem prioridade na pauta dos tribunais.

Além de ser citado no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, o habeas corpus também está protegido na seção dos direitos e garantias fundamentais. Portanto, ele é uma cláusula pétrea constitucional, ou seja, não é cabível qualquer discussão quanto a sua restrição ou diminuição.

O habeas corpus pode ser impetrado em favor da liberdade de terceiro ou de si próprio, não sendo necessária capacidade postulatória.

Para que a ação seja proposta, é necessário comprovar o constrangimento ilegal, por meio de cópias de documentos, provas e tudo que possa ser relevante para demonstrar o ocorrido.

Não existe uma forma correta para apresentar o habeas corpus, ou seja, ele é um remédio de característica informal. Mas isso não exclui a importância de se atentar à questão probatória, afinal, os objetivos e as razões para a concessão devem ser esclarecidos.

Entenda cada tipo

Existem três modalidades de habeas corpus:

– Preventivo: aquele que, como o próprio nome fala, visa antecipar um risco previamente verificado.

– Repressivo ou Libertário: quando a liberdade de locomoção já foi cessada ou coagida.

– Coletivo: aquele que tem como objetivo proteger interesses de grupos específicos de pessoas que estejam na mesma situação de constrangimento ilegal. Geralmente é utilizado pelas Defensorias Públicas e institutos ligados à defesa de Direitos Humanos.

Quem julga?

Em regra, a competência para julgar o habeas corpus é vinculada a autoridade coatora, ou seja, ao autor do ato de constrangimento ilegal.

Se o ato é praticado pelo Delegado de Polícia, a competência é do juízo de primeira instância. Se o ato parte do próprio juiz, a competência é do Tribunal de Justiça (TJ) ao qual está vinculado.

Vale lembrar que, se o juiz for da Justiça Estadual, a competência será do TJ daquele estado. Se for da Justiça Federal, será julgado pelo Tribunal Regional Federal (TRF).

Entenda os remédios constitucionais e saiba para que servem clicando aqui.

Modelo de habeas corpus

Como falamos anteriormente, o habeas corpus não possui como requisito de admissibilidade uma formalidade, mas podemos adequar devidamente à forma processual comum para aumentar as chances de a ação ser aceita.

Confira os principais tópicos para colocar em sua peça processual:

– Endereçamento: verifique quem é a competência para julgar seu habeas corpus e direcione a ele.

– Identifique as partes:

– Impetrante é o sujeito ativo, aquele que entra com a ação;

– Impetrado é o sujeito passivo, a autoridade coatora que praticou o ato ilícito;

– Paciente é a vítima daquele constrangimento ilegal.

– Qualifique as partes: sempre que possível forneça a qualificação completa de todos os sujeitos do processo. Dessa forma, trará clareza à sua ação.

– Resuma os fatos relevantes: esclareça os fatos de maneira clara e objetiva. Fatos muito longos podem trazer prejuízo ao entendimento.

– Fundamente o direito: indique o constrangimento ilegal que fundamenta sua ação;

– Elenque os pedidos da ação: dê uma visão objetiva da estrutura da peça e indique de forma precisa o requerimento.

Para finalizar basta indicar a data e assinar a peça.

Precisando de aconselhamento jurídico? Entre em contato conosco!

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