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Sanção administrativa o que é e quando se aplica?

Existem penalidades impostas por órgãos governamentais ou entidades reguladoras como consequência do descumprimento de leis, regulamentos ou normas específicas por parte de seus agentes. Saiba mais sobre sanção administrativa e sua aplicação no texto de hoje.

O que é sanção administrativa?

A sanção administrativa é uma penalidade imposta pelo poder público em razão do descumprimento de leis, regulamentos ou normas administrativas.  Ou seja, é aplicada ao agente público que comete improbidade administrativa.

Essa medida punitiva que tem como objetivo corrigir condutas irregulares, garantir a conformidade com as normas estabelecidas e proteger o interesse público.

As sanções administrativas podem ser aplicadas em diversos setores e áreas, como financeiro, ambiental, saúde, trabalho, telecomunicações, dentre outros, podendo variar em natureza e gravidade.

A aplicação de uma sanção administrativa normalmente segue um conjunto de regras e procedimentos determinados pela legislação ou regulamentação específica de cada setor, como garantia do direito de defesa do infrator, notificação da infração, análise de evidências, possibilidade de recurso e cumprimento de prazos estabelecidos.

Vale lembrar que, as sanções administrativas visam desencorajar condutas irregulares, punir transgressões e evitar a repetição de infrações no futuro. Além disso, a aplicação das sanções tem um caráter dissuasório, ou seja, serve como exemplo para outros agentes econômicos e contribui com a manutenção da ordem e integridade nos diversos setores da sociedade.

Quais são as sanções administrativas?

Como vimos anteriormente, as sanções administrativas podem variar conforme a legislação e as regulamentações de cada país, bem como com os setores específicos. Mas existem algumas sanções comuns que podem ser aplicadas em diferentes contextos. Confira as principais:

– Advertência: notificação formal que alerta o infrator sobre a violação cometida. Normalmente é a primeira etapa antes da imposição de penalidades mais severas.

– Multa: pagamento de uma quantia em dinheiro como penalidade pelo descumprimento da legislação ou regulamentação. O valor pode variar dependendo da gravidade da infração e pode ser fixo ou proporcional ao dano causado.

– Suspensão: restrição temporária de atividades ou licenças do infrator, como suspensão de atividades comerciais, licenças profissionais ou permissões específicas.

– Cassação de licença: revogação definitiva de uma autorização ou permissão concedida anteriormente. É uma medida mais drástica que ocorre quando a violação é grave ou reincidente.

– Interdição: proibição temporária do funcionamento de um estabelecimento, seja comercial, industrial ou de serviços. Ocorre quando são identificados riscos à segurança, saúde pública ou ao meio ambiente.

– Perda de incentivos ou benefícios: perda de incentivos fiscais, subsídios governamentais ou outros benefícios concedidos anteriormente.

– Publicação de informações: é possível que as autoridades publiquem informações sobre a infração e o infrator, com o objetivo de alertar o público e garantir a transparência.

Vale lembrar que, dependendo da natureza da infração, outras sanções ou medidas corretivas podem ser adotadas, como a obrigatoriedade de medidas de segurança, reparação de danos ou restrições adicionais às atividades do infrator.

Aplicação das sanções e o processo sancionatório

Como vimos anteriormente, a aplicação das sanções administrativas e o processo sancionatório podem variar de acordo com a legislação de cada país e com as normas específicas de cada setor regulado. No entanto, é possível identificar alguns elementos comuns no processo sancionatório. Confira um processo geral que ocorre em muitos sistemas jurídicos:

– Detecção da infração: identificação da infração ou do possível descumprimento da legislação ou regulamentação por parte do infrator, por meio de fiscalização, denúncias, auditorias, investigações internas ou qualquer outro mecanismo de controle.

– Investigação: coleta de evidências e obtenção de informações relevantes sobre o ocorrido. Essa etapa pode envolver a coleta de documentos, entrevistas com testemunhas, análise de registros ou qualquer outra medida necessária para esclarecer os fatos.

– Notificação: o infrator é notificado oficialmente da infração alegada. A notificação deve incluir detalhes sobre a infração, as normas violadas e as consequências potenciais.

– Direito de defesa: o infrator tem o direito de apresentar sua defesa e contestar as acusações feitas a partir da apresentação de provas, manifestação de argumentos jurídicos ou solicitação de audiências para sustentar sua posição.

– Decisão e imposição da sanção: a autoridade competente responsável pelo processo sancionatório toma uma decisão que pode resultar na imposição de uma sanção administrativa específica, como uma multa, advertência, suspensão ou outra medida apropriada.

– Recursos: pode ser concedido ao infrator o direito de recorrer da decisão administrativa para que ele apresente sua contestação a uma instância superior ou a um órgão revisor, buscando uma revisão da decisão tomada.

– Cumprimento da sanção: após a conclusão do processo sancionatório, caso seja confirmada a sanção imposta, o infrator deve cumprir as determinações estabelecidas.

Programas de conformidade e prevenção

Os programas de conformidade e prevenção são conjuntos de medidas e práticas adotadas pelas empresas e organizações com o objetivo de promover o cumprimento das leis, regulamentos e normas aplicáveis.

Esses programas buscam estabelecer uma cultura de conformidade, identificar e mitigar riscos, prevenir condutas ilegais e garantir que as atividades da organização estejam alinhadas com os padrões éticos e legais estabelecidos.

A implementação de um programa de conformidade envolve diversos elementos, como:

– Políticas e procedimentos: a empresa deve desenvolver políticas e procedimentos internos claros que estabeleçam as diretrizes e as regras a serem seguidas por todos os colaboradores. Elas devem abordar questões específicas relacionadas às atividades da empresa, como anticorrupção, lavagem de dinheiro, proteção de dados, segurança ocupacional, entre outras.

– Treinamento e conscientização: é essencial que os colaboradores recebam treinamentos regulares sobre as políticas e procedimentos da empresa, bem como sobre as leis e regulamentos pertinentes ao setor em que atuam, evitando, dessa forma, condutas ilegais ou antiéticas.

– Avaliação de riscos: a empresa deve realizar uma avaliação rigorosa dos riscos associados às suas atividades, identificando potenciais vulnerabilidades e áreas de maior exposição, para que sejam implementadas medidas adequadas para mitigar os riscos identificados.

– Monitoramento e controle: devem ser definidos mecanismos de monitoramento e controle para garantir o cumprimento das políticas e procedimentos estabelecidos, como realização de auditorias internas, revisões periódicas das práticas e estabelecimento de canais de denúncia para relatar irregularidades ou suspeitas de violações.

– Resposta a incidentes: caso ocorra alguma violação ou irregularidade, é importante que a empresa tenha um plano de ação para responder de maneira adequada, como investigação interna, aplicação de medidas corretivas, comunicação transparente sobre o incidente e, quando necessário, cooperação com autoridades externas.

A implementação de programas de conformidade ajuda a prevenir infrações e evitar sanções administrativas. Além disso, fortalece a reputação da empresa, aumenta a confiança dos stakeholders e contribui para um ambiente de negócios ético e responsável.

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